POESIA TRINTONA

POESIA TRINTONA

Ah, minha muito querida trintenária!

Hoje, eu vou trintar-te um poema novo.

Cheio de esperanças e trintados sonhos.

Que se foram, assim como estão indo os teus anos doidos,

Nas asas invisíveis dos dígitos do tempo fugaz,

Que de súbito, roçaram as tuas melenas pretas.

Que cingem graciosamente o teu trigésimo lindo rosto.

Quanto pranto inútil foi derramado!

Quanto sorriso inocente ecoando ainda numa infância!

Quanto choro plangente e indefinido na maturidade!

Quanta ironia sábia nessa complexa vida madura!

E agora? Quanta alegria! Quanta realização!

Quantas esperanças loucamente depositadas nos sonhos,

Doidos, que estão maduros, reais e confusos voltando.

Amorosamente escoltados por flores e um séqüito de poemas,

Que somente nasceram porque tu soubeste ressuscitá-los,

Numa profusão de carinhos desmedidos fertilizando-se.

Ó Amada trintona, eu quero te amar mais trinta.

E nessa trintena vindoura, tu serás a mais feliz das mulheres.

Senão, a menos infeliz se quiseres.

Minhas quarenta e sete canções que eram desesperadas,

Encontraram melodias lindas nos teus trinta poemas de amor.

Tu és poesia! Tu és trintona! Tu és amor!

Porque tens de fazer só trinta, Ó Amada?

Submetendo a tua sadia juventude madura,

Ao inevitável cinzel do artífice mestre do tempo.

Somente agora, Ó hesitante e confusa amada trintona,

Teus frutos adquiriram a doçura da uva sazonada,

No encanto da tua inefável vindima dos doces trinta.

Senhora que vacilas trintenariamente amada.

As flores existem para o êxtase dos olhos e da alma.

Os pássaros foram feitos para trinar com alegria.

O mar, o céu, e as estrelas para o meditativo admirar.

A poesia nasce para a alma cantar e agradecer,

Reverente às obras divinas da Criação.

E o ser humano, minha linda trintona:

Vacilante assombra-se com a vida e o amor

Trintando trinta vezes uma Tricotolomania de perplexidade,

Ante a existência desse inominável sentimento.

Trinta tudo, mas não trintes o teu ser.

Quero-te três vezes trintada, sem a triste,

Indefinição e a hesitação dos tricotilomaníacos.

Para uma mulher trintonamente amada.

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 21/12/2006
Código do texto: T324637