A ILHA DA MÃE JÔ.
Dorme ensimesmada na imensidão verde marinha,
Sob o açoite dos ventos rebeldes e originários do norte.
Camuflada em sombras históricas de galeões piratas.
Fora plangente e silvestre numa geologia de mistérios,
De pedras, cujas vidas rolaram entre musgos e algas,
Talvez uma sedimentação vulcânica ou,
Um pouso de meteorito afoito e rebelde.
Cada árvore nativa pranteia aos céus infindos a sua gênese,
Como duas mãos postas, implorando a secular clemência,
Numa solidão aquática de ilha e rochas amorfas.
Numa existência chorosa entre pássaros exóticos e,
Flores tropicais, farejadas por répteis pré-históricos.
A ilha da mãe Jô atravessou silente séculos incontáveis,
Para ser tocada em sua evolução fria e magmática.
Pela leveza e a carícia de uma filha nativa irreverente,
Que na simplicidade da ilha também se fez mãe.
E os seus olhos oceânicos se encheram de verde ilha.
O mar bramindo num grito aquático com vento e canoa,
Numa borrasca cadenciada, turva e morna,
Que varria e revoltava o teimoso mar,
Lavando os corpos flutuantes com plânctons e sal.
Adeus ilha da mãe Jô!
De abacaxi aromático, bromélias e cajus verdes,
De sombras frescas e de ventos incessantes,
Tempestuosos e medonhamente uivantes.
Nem todos os domingos são dias de verdadeira Mãe Jô.