A ILHA DA MÃE JÔ.

 

 

 

 

Dorme ensimesmada na imensidão verde marinha,

Sob o açoite dos ventos rebeldes e originários do norte.

Camuflada em sombras históricas de galeões piratas.

Fora plangente e silvestre numa geologia de mistérios,

De pedras, cujas vidas rolaram entre musgos e algas,

Talvez uma sedimentação vulcânica ou,

Um pouso de meteorito afoito e rebelde.

Cada árvore nativa pranteia aos céus infindos a sua gênese,

Como duas mãos postas, implorando a secular clemência,

Numa solidão aquática de ilha e rochas amorfas.

Numa existência chorosa entre pássaros exóticos e,

Flores tropicais, farejadas por répteis pré-históricos.

A ilha da mãe Jô atravessou silente séculos incontáveis,

Para ser tocada em sua evolução fria e magmática.

Pela leveza e a carícia de uma filha nativa irreverente,

Que na simplicidade da ilha também se fez mãe.

E os seus olhos oceânicos se encheram de verde ilha.

O mar bramindo num grito aquático com vento e canoa,

Numa borrasca cadenciada, turva e morna,

Que varria e revoltava o teimoso mar,

Lavando os corpos flutuantes com plânctons e sal.

Adeus ilha da mãe Jô!

De abacaxi aromático, bromélias e cajus verdes,

De sombras frescas e de ventos incessantes,

Tempestuosos e medonhamente uivantes.

Nem todos os domingos são dias de verdadeira Mãe Jô.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 20/12/2006
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