TENTEIOS DO AMOR

TENTEIOS DO AMOR.

I- O silêncio premido e as saudades constantes juntam os seus lamentos obstinados. (P.N.)

II- E, neste ermo, vivencio uma solidão que de forma persistente transita e se estabelece em mim.

III- Tateio, vagueio numa busca sistemática e nada encontro apenas um pressentimento aspergindo meus infrutíferos sonhos, há muito tempo reciclado.

IV- A ausência da mulher amada, que é sempre amada, é um desconforto traduzido por uma inquietação de espírito sem méritos. É a distância que nos separa.

V- De cada mulher que passa emerge como fantasma a sua forma, o seu jeito de singular súcubo, salivando-me o gosto amargo da distância, não medida, mas sentida.

VI- Tudo me envolve, o clima indeciso de verão, a salinidade fresca do mar, no entanto, as saudades se evolam como o incenso queimado no turíbulo da minha vida.

VII- Ah! Por que amar tanto? Se nesse tenteio se aprofunda a ruptura em meu coração quebrado.

VIII- A lembrança dela é constante e ruidosa, nada as apaga, é indelével a marca que se fez.

IX- Amor... Amor... Sentimento blandicioso que dilacera como um punhal fincado no íntimo, no mais profundo tangível do meu ser.

X- Que se estabeleça em mim um fato novo. Fluindo-me para um novo idílio, e que não se prontifique sacrificante e novamente retirante.

XI- Amar? Quero substituir essa freqüência emocional e moldar uma canção nova, não desesperada, mas prenhe de melodias em cantos novos.

XII- Ah! Como é gostoso acordá-la pela manhã e ouvir a sua voz dormida, silenciosa e cheia de encantos e doçuras.

XIII- Estes treze versos são dedicados a Glau55, o grande amor que ressuscitou a minha vida que já morria lentamente.

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 15/12/2006
Código do texto: T319341