Se você me topar
Oi! Estou sozinha nesse café e venho te perguntar se poderia me fazer companhia. Eu sei que te encontrei agora, também nesse café - solitário numa mesa. Eu também estou só e te pergunto se podes me fazer companhia. Claro, você me achou muito estranha com esse pedido, né? Ok. Eu entendo. Mas na verdade eu só queria desabafar com alguém estranho - como você. Quando sairmos daqui você tomará o norte e eu o sul. Nada fará mais efeito. Você guardará meus segredos e se me contar algum seu, eu também guardarei. E ai? Não aceita me ouvir, me falar, ficar algum tempo comigo? Ah, claro! Como não havia percebido isso - nós já estamos conversando. Sim, mas como é seu nome? ... Desculpa, realmente fui eu que pedi pra falar. Eu queria que, se possível... ... ... por que estou tomando Nescau? É, eu não tomo café. Acho sem graça, sem gosto - talvez com gosto de mais. Quente. Sim! Quente. Essa é a única diferença entre o café e o Nescau. Mas não me interessa, nessa prosa ligeira, te falar sobre isso. Quando te chamei para conversar eu queria saber se você poderia me acompanhar naquela estrada. Como você não entendeu? Pergunto se topa me acompanhar... ah, claro, naquela estrada. Não me confunda, por favor. Aceita ou não? Por que eu quero que você me acompanhe? Ora, eu sei o caminho até a estrada... depois, a estrada parece abrigar um caminho longo e eu talvez precise de alguém para me ajudar nas trilhas estranhas. É, eu também gostei de você. Você percebeu? ... ... E sabe o que eu disse de "eu seguir o sul e você o norte"? Pois é. Se você topar podemos trilhar os dois caminhos juntos. ... ... Você está me ouvindo?