Areia
Um lago, uma gota e suas ondas perfeitamente circulares. Uma face na água. É um caminho pelo qual se deve seguir; é o tempo. O tempo mudou; a vontade passou... e todos seguiram adiante... todos?
“Há outros mundos além deste!”
Mas já não importa. Em cada batalha travada, em cada verso cantado há sempre um vazio. És agora é um borrão no tempo. Uma pedra esquecida à margem de algum rio que já não corre mais.
E todos os amores que conquistou dissolveram-se na superfície na água. Mergulha poeta! E funde-se com as ondas que assim virá tua inspiração: oras triste, oras romântica, oras seca (então não escreves). Segure! Guarde tudo! Contenha o mar, Pedra!
“Não dá pra segurar!”.
Mas dá. Disseram que o tempo cicatriza tudo. Paciência.
“É tudo um jogo! Do seu castelo ela me observa!”
Peão, Cavalo, Torre, Bispo. Uma peça do tabuleiro. Mas não Rei. O Rei há muito foi derrubado. Cheque-mate! A Rainha partiu.
“Talvez na torre haja um bispo a cavalo chicoteando seu peão...”.
Nenhuma pegada faz sentido nas areias no destino.