Entrudo

Ginga no ar suas miçangas

Roda baiana, por favor!

É carnaval e todos esperam

Pelo deslize, esvoaçar das cangas

No pelourinho teu samba me dá pavor

Me lembra das lambadas (música de chibatadas)

Que amanhã, finda a correria e sem rastro de perfume

O choro não será mais do cavaquinho

Virá da mulata nas cozinhas

Salgando a comida com tristeza

Do homem nas fábricas

Alienado da própria dor

Dos senhores de engenho, dos barões

Dos políticos e dos poetas

Que vivem no país do carnaval

Sem vergonha, sem pudor.