UMA NOITE DE LUAR.
I - Sinto-me só como a lua prateada, numa noite profunda cheia de astros, ventos e beijos distantes.
II – E nesta solidão teimosa, encontro momentos para deleitar-me com a tua lembrança e a frágil delicadeza que te povoa.
III - Desta forma, eu vivo uma aproximação quase idílica, hipnotizado pelo teu suave olhar e pelos teus abraços que me envolvem todas as noites.
IV – Nesses momentos pressinto-te! Há certa aproximação, mesmo assim eu te pressinto, apesar da distância estabelecida entre nós.
V – De mãos postas arremesso ao alto intangível as minhas preces ensimesmadas, tomara elas encontrem ressonância no Cosmo - a casa de Deus.
VI – Ouve mulher, ouve, jamais fiz preces! Nunca orei com esse objetivo. O porquê de não juntares também as tuas preces às minhas?
VII – Se não me iludo o meu pressentimento é algo pronto a germinar. Estou envolvido por ti, assim como a semente em sua cova pela terra, à espera da recorrência da vida.
VIII – E assim, por inteiro te navego. Pensamento por pensamento, sonho por sonho, fúria por fúria, beijo por beijo, como o vulcão esparramando o seu rubro magma.
Eráclito.