UMA NOITE DE LUAR.

 

 

 

I - Sinto-me só como a lua prateada, numa noite profunda cheia de astros, ventos e beijos distantes.

 

II – E nesta solidão teimosa, encontro momentos para deleitar-me com a tua lembrança e a frágil delicadeza que te povoa.

 

III - Desta forma, eu vivo uma aproximação quase idílica, hipnotizado pelo teu suave olhar e pelos teus abraços que me envolvem todas as noites.

 

IV – Nesses momentos pressinto-te! Há certa aproximação, mesmo assim eu te pressinto, apesar da distância estabelecida entre nós.

 

V – De mãos postas arremesso ao alto intangível as minhas preces ensimesmadas, tomara elas encontrem ressonância no Cosmo - a casa de Deus.

 

VI – Ouve mulher, ouve, jamais fiz preces! Nunca orei com esse objetivo. O porquê de não juntares também as tuas preces às minhas?

 

VII – Se não me iludo o meu pressentimento é algo pronto a germinar. Estou envolvido por ti, assim como a semente em sua cova pela terra, à espera da recorrência da vida.

 

VIII – E assim, por inteiro te navego. Pensamento por pensamento, sonho por sonho, fúria por fúria, beijo por beijo, como o vulcão esparramando o seu rubro magma.

 

Eráclito.

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 04/12/2006
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