FLOR-DE-LIS.
Minha Deusa Nórdica (GMS).
A flor-de-lis é um ornamento heráldico em forma de um lírio estilizado, um símbolo da realeza francesa, e tu que não és a França e nem francesa, mas sim a Paris para os meus olhos, eu componho para ti este poema com feitura de prosa.
Digo-te isto porque tu irradias a mais bela luz e, assim, hoje, eu quero te homenagear com este poema-prosa e te chamar carinhosamente de: “Minha flor-de-lis”.
Eu sei que tu já sabes disso, pois quando em nossas conversas íntimas, eu sempre te chamei como se o teu nome fosse realmente este e tu simplesmente adoravas.
Não sei se é a saudade, mas agora tenho vontade de estar contigo, conversar contigo, olhar nos teus olhos, e furtivamente acariciar as tuas mãos fofinhas, carinhosas e pequenas.
Pequenas sim, mas que devem mover com as suas carícias o meu mundo ignoto e incoercível.
Pensar em ti me faz muito bem, lembrar as tuas faces lindas, os teus cabelos de furioso mel silvestre e mergulhar em lembranças infindas nos teus olhos oceânicos acobreados, é uma doce loucura. É um puro êxtase, deleite esse que somente é concedido aos eleitos do teu coração.
Tu és a minha obsessão particular, quando lembro do teu corpo lindo vestido de preto, tu pareces com um súcubu feminino que invade a minha imaginação.
Eu o admirava com desejos mais do que ocultos e inimagináveis, pois a pulcritude do que me era oferecido enchia-me os olhos de desejos.
Sei também que tu sabes dessa minha ousadia idílica, pois os olhos freqüentemente me traem e tu, na verdade, gostavas de ser olhada daquele modo, obsessivo, carinhoso e lúbrico.
Eu te olhava e tu gostavas de ser olhada.
Hoje nesta manhã não te vejo mais, entretanto os meus olhos continuam a te procurar no espaço e o meu coração também te procura em anseios inconfessáveis.
Sou vulnerável a ti. A tua presença rara, às vezes me desequilibra.
Nessas lembranças, eu sinto como se estivesse navegando num oceano de emoções, de onde partem tempestades de benquerença que voejam silenciosas para ti.
Nada se compara ao que eu sinto, é uma sublimação de sentimentos furiosos, talvez sejam eflúvios de um crepúsculo que de mim se aproxima.
Mesmo nesse crepuscular tempo, eu te admiro, é uma admiração sobremaneira carinhosa que ainda teimo em chamá-la de amor.
Seria indizível te possuir nesse crepúsculo e ser envolvido pela aurora fresca da tua juventude madura.
Todavia, prefiro ficar tão somente com a admiração à distância, ela não traumatiza, não engana, não tergiversa, é verossímil e genuína.
Em setembro, essa distância desaparecerá e teremos a oportunidade única de transformar os nossos sonhos em realidade.
Agora, eu apenas tento te eleger como a minha musa especial, secreta e distante, a minha preferida flor-de-lis.
Especial sim, porque tu és simplesmente: única, verdadeira, afável e amorosamente carinhosa.
Secreta porque só nós dois sabemos da intensidade desse envolvimento à distância, que perpassa pelos nossos seres, sem sabermos realmente como lidar com ele, dado às suas suscetibilidades.
É verdade, nos encontramos em extremos opostos, mas quero crer que, a única coisa que me resta é te amar dessa forma distante e impossível.
Essa situação é inédita, talvez um caminho incompreensível do destino, esse lance da vida que não nos é dado à clareza para entendê-lo e levá-lo a um determinante com um objetivo final.
Agora, acho que eu é que estou tergiversando, como se quisesse enganar a mim mesmo, mas tenho ímpetos de te falar tudo, mesmo sabendo que, esse sentimento é recíproco, gostoso e inexplicável.
Tu sabes que isso não é verdade, sabes exatamente o porquê desses cuidados, de certa forma, faço mistérios, mas cuidadosamente estou sendo envolvido por ti, e que se diga a bem da verdade, docemente envolvido.
É como se fosse uma sobreposição de almas gêmeas, com isto quero dizer que, é uma doce sobreposição, entretanto a distância que se estabeleceu entre nós, é terminantemente intransponível e longínqua.
Quando leres este poema declaratório, eu sei que ficarás aflita e eu acabarei por me afligir com as tuas aflições.
Não quero que te sintas aflita, quero sim, que te sintas feliz, por saberes que tu és amada, muitíssima amada.
O que escrevo não é uma simples declaração com feitura de poema, é um pronunciamento de alma e, como é coisa da alma, ela se esparrama direto do coração para este papel, e eu não posso controlar tais impulsos, pois fogem ao meu controle e a minha vontade consciente.
Tenho caminhado pelas ruas calado e triste e, em todas as mulheres que vejo, vejo-te nelas, no passo, no andar, nos cabelos, nos olhares, em vão, não te encontro como figura real, meus olhos não se enganam com outras mulheres.
-- Onde tu te escondes ó amada!
Minha imaginação vagueia desenfreada à procura por um sorriso teu, é como se eu buscasse o meu destino em ti.
Minha princesa nórdica, tu foste inscrita no livro da minha vida de uma forma surrealista, mas concretamente muito real.
Hoje pela manhã chove e faz muito frio, naquela arvore ali distante, os pássaros solitários, chilreiam solidários com a minha dor.
Esses mesmos pássaros, por certo, cantam para ti, é que eles transmitem a minha mensagem e tu não ouves as minhas súplicas.
Afinal, eles não traduzem os meus anseios e as minhas saudades.
Talvez, cantem somente o nosso bem-querer.
Os teus cabelos de fogo, brandos de mel, abrasam as minhas saudades de ti, e os teus olhos cativos e oceânicos me prendem em duras lembranças e saudades.
Meu amor por ti é suave assim como as brumas que se evolam dos campos.
Vejo-te nelas em dançantes figuras.
É uma trânsfuga silhueta: linda, impalpável, quase um espírito que se desfaz com os primeiros raios de sol que é anunciado pela aurora.
Assim, eles te levam para as alturas entre as nuvens peregrinas e solteironas, roubando-me a doce e onírica visão.
Amo-te como flor e, de pétala em pétala, me extasio com a sua maciez natural, um verdadeiro veludo cristalizado imitando as tuas lindas faces róseas.
Quando eu te encontro no MSN, tu me polinizas com os teus lindos olhos, duas flores que desabrocham em profundo mel, acompanhados pelo teu sorriso sensual e cheios de trejeitos.
Quero te amar sempre, ó minha flor-de-lis, e ver nos teus olhos os brilhos de galáxias em intermitências prateadas.
-- De onde tu vieste ó minha doce amada?
Sinto que vieste de uma outra dimensão, fora da nossa tridimensionalidade, pois trazes contigo vestígios do imponderável.
-- Serás tu, uma extraterrestre orbitando o meu mundo?
Creio que sim, então, me leva em tua doce nave?
Rapta-me deste mundo incompreensível, obtuso e ignóbil, onde os humanos não aceitam os nossos amores.
Ó amada, eu quero estar contigo na tua dimensão, eu sei que lá não existem preconceitos, nem tempo e nem o espaço, somente o amor.
Quero me confundir contigo e ser também um Ente.
Nessas condições, ó amada, eu poderei te amar de forma completa e infinita.
E aí, eu já devidamente endeusado por ti, poderei propiciar milagres e te transformar na minha Flor-de-lis, não estilizada, mas santamente prateada.
-- Eu te amo, minha rara e linda “FLOR-DE-LIS”!
Eráclito.
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