BONECA DE PORCELANA. (Nova Versão)

 

 

(Para Glauci Maria Salzone: Um sonho que chegará a ser em breve uma doce realidade).

 

17-03-2006

 

 

 

 

 

 

 

Sonhei-te com a devida força fiel do meu sentimento, e assim, nasci novamente no calor dos teus braços e nos afagos desprendidos pelas tuas mãos macias e quentes.

Dançávamos suavemente embevecidos de uma felicidade mútua e indizível, e tu estavas entrelaçada nos meus braços, nesse momento, era como se eu tivesse o mundo, ali, prostrado e meu.

Os teus cabelos portavam uns penteados exóticos, prontos a um desfile de inomináveis musas, tu eras uma boneca real de porcelana chinesa, impávida e sempre sorridente.

Éramos felizes naquele raro momento.

Glauci, quem foi que pintou os teus lábios da cor da amora silvestre?

 Deves saber que eles ainda transitam por mim.

Entre um paço e outro, na cadência da dança melíflua, irradiavas aquela alegria de sempre com sorrisos espontâneos e plenos.

Amorosa tu fremias com o teu corpo fofinho na graciosidade do bailado, que lânguido e quente, me era cativo e oferecido.

Relicários de desejos, aonde tu te escondes, que só me queres em transitivos sonhos?

A imponderabilidade própria dos sonhos envolvia-te de rara e mística beleza, e a tua fisionomia translúcida pelo sonho era angelical, fosforescia intermitente e transfiguravas numa simpatia que me desequilibrava.

 Transfigurou-se em ti uma forma divina, que, induzia-me de pronto a lembranças e saudades de Luzbel.

Marcamos um encontro para a noite, talvez a presença de um resíduo do passado que submergia silente do meu inconsciente.

Bem o conhecemos, é verdade, pois, já estive contigo em meus braços em vidas passadas, no aconchegante branco da tua alcova em amores gostosamente praticados.

Quis o destino, que os nossos anseios se escondessem no poço silvestre do distanciamento abrupto e imponderável, que se processou em nossas reencarnações.

Hoje, lamento ter me curvado ao inevitável desígnio que só aconteceu, porque tinha missões a cumprir.

Ainda sonho querer te encontrar novamente, real, linda e graciosamente minha como foi no passado.

Para uma Senhora Linda e Muito Amada que toda a noite me visita: linda, graciosa, amável como num sonho de fadas.

Agora, ela saiu de um túnel reencarnacionista e se fez uma aurora linda de mulher em minha vida.

Daqui para frente, ela será como a lua, a minha eterna namorada, a lenda dos meus sonhos.

 

 

Eráclito.

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 03/12/2006
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