Renascer
Cismava debaixo da nuvem,
que passa e flagra indiscretamente
meu pensamento com o teu conversando,
eu até então ilhada nas raias solitárias,
buscando o fio da meada seqüencial,
que me fizesse longe voar sem quebrar as raízes,
desabrocho ao teu ‘despertar’ alvissareiro,
desbaratando o plexo e o cativeiro de ilusões,
que ora monopoliza a própria liberdade!
Ah! Magia do renascer!
interpondo ontens e amanhãs discutidos e conflituosos,
tal chuva mádida lavando impuros e vãos ideais,
é a candeia acesa na ponta dos sonhos
com etéreas asas velozes para os alcançar,
porquanto sonhar inerte não basta,
carece confiar sonhando e esperando,
matando-se em vida torta,
dissolvendo-se em raios soturnos,
até que o novo molde entre feito luva.
Teu pensamento poético
ensinou docemente ao meu
que urge dizermos adeus decisivo aos
planos avoengos e cansados de outrora,
tal estrela o céu pisando pela última vez na noite,
diante da alvorada e seus modelos passarinheiros,
pedindo passagem ao cenário inédito,
que se atrai pelo cheiro de nossa ânsia,
movendo-se em direção aos nossos passos,
sedentos de aventura inesperada,
da realização pressuposta,
do fogo que sobe,
famintos de renascer.
Santos-SP-02/12/2006