O Trem e as Estações
Neste trem chamado vida,
Felicidade é uma estação onde ele insiste em não parar.
Apita, freia, reduz,
Mas quando penso poder descer,
Ele ganha força e segue viagem.
Na estação da saudade
Comecei turista,
Mas de tanto nela caminhar
Tornei-me nativo.
Aqui encontro de tudo.
Até o que antes morava na parada da tristeza.
Nesta ultima fiz abrigo,
Trazendo-a até aquilo que estava na alegria.
Reclamei, lutei, chorei
E com o sal das minhas lágrimas
A corrosão tratou de deixar em ruínas
O que um dia me alegrou.
Ah! A alegria!
Estação linda, cheia de cores,
Pena ser tão passageira.
Nela ninguém mora,
Somos todos visitantes.
É tudo tão rápido
Que a saudade é sempre a estação
Que vamos depois de visitá-la.
Temos outras estações.
Algumas bonitas, outras mais feias,
Também muito visitadas.
Passamos pelo ódio, conhecemos a inveja,
Perdemos-nos na paixão,
Encontramo-nos no amor!
Ah! O amor!
Estação tão linda, tão eterna.
Tudo perfeito, tão simples,
Mas apesar de tantas moradas,
Poucos ficam por ela.
Talvez seja porque quando se mora nela
Não se viaje por outras estações,
A não ser a felicidade!
Felicidade? É onde eu quero descer!