PARA GLAU 55

PARA GLAU55.

Porque hoje é Sábado devo escrever as coisas mais tristes, escrever, por exemplo: “Ela viajou”.

Tudo se reveste de uma característica diferente.

A tarde é caminho silente para a solidão sem ela.

Existe uma distância entre nós que não é mensurada, mas sim, é muito sentida.

A sua presença me preencheria completamente, mas como hoje é Sábado, a tristeza me invade covardemente.

Não a pressinto aos Sábados, mas sinto o seu sorriso de mulher, e assim, fico absorto num misto de impotência e tristeza.

À tarde com o seu crepúsculo quieto, prenuncia o atracar da noite, e a sua ausência se estabeleceu definitivamente em mim, provocando-me uma saudade de exílio sem fim.

Amo-a de forma virtual e ausente, mesmo porque, dia vinte e seis, ela por certo se fará presente, e aí, talvez a procure com mensagens novas, para dizer-lhe que o Sábado foi muito triste sem ela.

Eu a quero.

Não sei se ela também me quer, talvez me queira, contudo, sinto que já nos amamos.

Gostaria de beijá-la tantas vezes embaixo desse mesmo céu, nessas mesmas tardes, por isso estou triste.

Lembrar os seus supostos beijos é uma loucura, porque loucos seriam os seus lábios.

E assim, chega à noite, quando me perco sem os sorrisos dela.

Aí de mim!

Esse sofrimento não tem fim.

Eráclito Alírio

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 02/12/2006
Código do texto: T307404