NÃO GOSTO DO TEU SILÊNCIO

NÃO GOSTO DO TEU SILÊNCIO

Não gosto do teu silêncio introspectivo, calado, porque entre a palavra e os teus lábios, vivem talvez as minhas angústias.

Não te gosto assim, só, retirante, superior, porque assim parece que vives preocupada com as coisas que te rodeiam, e eu não me sinto uma delas.

É no teu olhar de preto profundo, que vejo dois estranhos pássaros noturnos e, o teu lindo olhar, apenas reflete a beleza das estrelas.

Não te gosto em silêncio meditativo, porque assim, ficas distante de mim, como se fora um combate íntimo entre a manhã e a tarde prenunciando o indeciso crepúsculo.

No teu silêncio introspectivo, parece que vives com alguém escondido em teu olhar e que ainda te fascina.

Não te gosto em silêncio, porque nesta profundeza não consigo saber, se me queres, e o teu silêncio constante martiriza e me deixa inseguro, pois o amor que penso nutrir por ti se inibe, retraindo-se.

Nada deves a alguém, nem tão pouco a mim que te quero tanto – porque o teu silêncio?

Tenho te escritos poemas, baladas, simples acrósticos, de certa forma, instigando-te a romperes esta barreira, quase intransponível do teu silêncio.

Preciso da tua palavra cheia de afeto e carinho e ao mesmo tempo forte como o vento de verão, que arrasta as nuvens e o horizonte levando as folhas secas de outono, descobrindo-te ao sol para mim.

Rompe o teu silêncio e diga que me quer.

Aí sim, faremos silêncio nós dois e a quatro lábios falaremos a linguagem universal do amor.

Apenas os nossos lábios falarão e sentirei o teu hálito a se misturar com o meu, numa profusão de eternas carícias.

Teu silêncio talvez seja sábio, mas me intranqüiliza, chego a imaginar que apenas me aceitas e isto evidencia “tolerâncias”, não as quero.

Se romperes o teu silêncio, amar-te-ei para sempre, voltarei a escrever poemas, baladas, canções somente para ti.

Endeusar-te-ei!

E quando estiver longe de ti, somente para ti comporei.

Um beijo em silêncio.

Eráclito Alírio

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 01/12/2006
Código do texto: T306825