Delírio
Amanhã vou encontrar o meu amor
e desde já me banho em rosas rubras,
ateio estrelas em meus olhos apaixonados
e nos lábios, um aroma irresistível de
um frugal coração de maçã,
pintados co’as cores da aurora ,
no formato da paixão arrebatadora
e do tamanho exato de um beijo imortal!
Alucinada, no amor perdida,
levaram-me os impuros devaneios
aos vergéis celestes mais iluminados
e de céu em de céu,
anjos me emprestaram sublimidade,
para que minha pele flórea recenda
o bálsamo das brumas
e meus pés flutuem
na leveza insuperável do amor!
Amor! Doença que mata, sem o que não vivo!
Levarei sorvete de flocos com licor de cassis
e meus seios ardentes de taças,
aperitivo seu predileto às preliminares do amor,
para que, após repousar da noite candorosa intensa,
ele se sinta na maga selva de vozes, cheiros e brilhos,
rodeado de mim por todos os lados!
Meus cabelos serão flores espargindo sedução
e meus braços serão plumas envolventes
por todo seu corpo valsando,
minhas pernas serão submissas aias da volúpia,
entre os atalaias balbuciados,
que o guiarão à caricia das carícias,
donde jamais, por nada, pensará sair!
Santos-SP-30/11/2006