Pobre de nós...
Parecia eterno, mas teve fim num dia desses,
e vimos o tempo atropelando-nos pela janela.
O clarão da noite foi muito mais do que a luz das palavras
e real, só o meu calor sobre a pele.
Eu pensava, enquanto não ouvia as frases que nunca foram ditas,
mas que jogavam na cara, a indiferença estabelecida,
então foi impossível contestar...
Era apenas a minha presença num diálogo que seria nosso.
(Não, meu amor, assim eu não posso continuar.)
Cansei de amar sozinha, ( eu disse a mim, enquanto esperava alguma coisa acontecer...e rolava a barra, relia os e-mails,
procurando nos teus poemas mais motivos para te esquecer.)
E esperava a felicidade embaixo de alguma árvore virtual,
que me desse algum fruto real (doce e molhado),
mas surpreendeu-me um pequeno gnomo (alado)
que desmentiu tuas promessas (a mim feitas)
revelando-me que ao amor verdadeiro
designam várias receitas...
Pobre de mim que não sei cozinhar...