AMAR É NAVEGAR COM ÁGUA E ESTRELAS

AMAR É NAVEGAR COM ÁGUA E ESTRELAS. (Pablo Neruda).

Beijo a beijo, eu percorro o teu sorriso um pequeno infinito;

Sonhando sentir o aroma quente dos teus lindos seios.

Senhora Amada:

Nesse instante os teus olhos navegam em mim,

Quando te fazes um sonho nos meus férteis sonhos.

Quero-te qual planta tenra e mimosa,

Uma relva humana acariciando o tempo fugaz,

Que se fez de pronto no metal dos meus cabelos.

Num horizonte longínquo, agora próximo de ti.

Senhora minha, paixão madura e muito amada.

Amar: é uma viagem com água e estrelas.

Percurso firme em som líquido e cintilante,

Que se abastece no preto infinito dos teus olhos

De brilho lacrimal e misterioso fascínio estelar.

Glauci: Mulher minha e muito bem amada.

Quanto caminho será preciso até ao primeiro beijo?

Na tua boca abrasadora que mansamente prendeu,

Esse amor veterano feito pacífico e nativo,

Que se prostra indefeso aos lábios teus.

Reverente e dócil aos teus olhos sempre cativos;

Mulher-Violeta; Maçã-Carnal; Açucena-Branca.

Os meus poemas exercitam o mistério do existir,

Porque tu fazes bem puro, de repente, nascer.

Por ti, ó mulher amada eles transcendem:

A forma, o estilo e ao ritmo novo.

Bailam sedutores, esbeltos e nascituros de ti.

Mulher-Encanto; Mãe-Poesia; Alva-Flor;

Recém-nascidos, faço abrandá-los em versos,

Para que eles cantem, melodioso a sua origem.

Num estilo próprio sem a arrogância do Parnaso.

Sinceros, livres, inocentes e originais.

Como canto melodioso de silvestre rouxinol.

Eráclito Alírio

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 29/11/2006
Código do texto: T304468