PARA FALAR DE AMOR

Versar o amor é um tédio

Para falar de amor

Tem que intoduzir floreios, realces, ostentações

que nem sempre a vida tem.

Todos falam de amor

Todos querem cantor amor em poemas

como o sentimento mais nobre

E com espírito esnobe

Nem sempre sabem o que é o amor

nem sentem o verdadeiro amor

Há o verdadeiro amor?

Falar do ódio é evitado

o ódio está dentro da alma

de todas as criaturas

As que mais demonstram candura

são cruéis e sanguinárias

São bombas incendiárias

sacrificam o mundo inteiro

em nome de um amor inverdadeiro.

O amor pelo feijão, pelo arroz, pelo café

e pela salada de tomate

que em dizeres vulgares aliviam o desespero

do estômago ardente

é um amor não declarado

é um ódio aclamado em que as entupimos

de agrótóxicos

e para servir ao amor próprio

declaramos o ódio inconsciente.

Ódio de quê?

De tudo

Do ar que não podemos respirar

Os amáveis os entupiram de dióxido de carbono.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 14/06/2011
Código do texto: T3035220
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