A última canção
A última canção
O menestrel pouco cantou, apenas com seu instrumento de cordas sorriu e disse:
- Fui expulso do mundo, não há espaços capazes de concretizar minhas trovas.
Se eu dedilho uma epopéia não passo de um triste vagabundo.
Nos papéis soltos, exercito a redondilha menor, alguém grita:
- LOUCO, já tem a medida nova.
Meu instrumento perdeu a voz, tímido na calçada.
Das trovas farei barcos e partirei no oceano lilás.
Cansado do próprio teatro entre sorrisos sem graça, o menestrel se sente sozinho, não quer mais ser nem pensar, porque o faria, se a terceira margem do rio, distante de tudo, não reage aos impulsos da sinapse, tornando o tempo presente dele um buraco sem fundo.
Jane Krist
(...) Pato Fu – perdendo dentes
Acho que eu fico mesmo diferente
Quando falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
Eu uso as palavras de um perdedor
As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei
As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci
(...)