A TOCA

A TOCA

THEO PADILHA

Cantinho mal cheiroso e de pouca luz,

Como pode tudo isso ser mesclado:

O dono tão amigo, religioso, honesto.

Mas aquele bar vou falar: detesto!

Tem uma boa clientela,

Suas histórias nunca terminam,

O assunto não se acaba,

Sempre vem um novo!

Ai meu Deus entenda aquele povo!

A cerveja azeda no balcão,

Cheio de xepas atiradas pelo chão,

Um time de serrotes de olho comprido,

Pedindo pinga ou cigarro solto...

Pedaços de linguiça frita na vitrine...

Um cheiro de óleo queimado e cachaça barata.

A muleta do Ratinho ou

A sabedoria do Carrapato,

Um jogo de truco sem grito

Uma cacheta barata,

Um grito do Maluco Beleza já bêbado,

O berro do Marinho na mesa de truco,

O sorriso fantasma do Marquinhos!

As múmias sentadas sem nada gastar,

A pior música no carrinho em frente,

Toda essa gente amontoada naquele lugar!

Até quando a vida expiar!

Joaquim Távora, 7 de maio de 2011

Theo Padilha
Enviado por Theo Padilha em 07/06/2011
Reeditado em 08/06/2011
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