FIGURA RUPESTRE.
Poema da despedida. (07-02-99).
Este poema nasce com muita dor.
É das minhas entranhas que ele sai,
Entre convulsões de soluços e saudades.
Meu ser é assim mesmo, frágil e solitário,
Mas muito pleno de amor verdadeiro.
Assim, hoje, eu te escrevo minha menina,
Para te dizer que o inevitável destino,
Não nos quer mais juntos como outrora.
Quando cresceres, por certo, entenderás a vida,
E saberás como ela nos prepara armadilhas,
De lágrimas, de saudades e de desenganos.
Hoje, eu te amo muito mais, talvez por estar longe.
É bem verdade, eu assim não esperava.
Os meus pensamentos,
Povoam-te e se fixam em ti a todo o instante.
O relógio moroso e paciente picota o tempo,
E o meu coração chora a cada minuto
A tua ausência saudosa ao meu redor.
Observo no céu uma nuvem branquinha,
Esconde-se lá longe no horizonte infinito.
Arrebato-me louco para trazê-la para mim,
Em vão, ela se vai com sorrisos acenando-me,
Com um “Tchau” impotente na vidraça da vida.
Estou chorando, banhado em lágrimas quentes,
Porque lembro os teus olhos lindos
E puros, os teus cabelos cacheados e soltos.
Também lembro do teu sorriso matreiro
E da tua vivacidade inteligente.
Acima de tudo do teu jeito de ser minha.
Quero que guardes com carinho este poema,
Nascido como figura rupestre que atravessará séculos.
Assim nós o faremos eterno.
E ele permanecerá indelével em nossos corações.
Sei que ainda é cedo para leres
E entenderes esta minha mensagem.
Prometo que quando passar esta tormenta,
Escrever-te-ei um poema de puro amor.
Será de cristal, límpido, bonito e transparente.
E nele farei dançar a rima perfeita,
Com a conjunção do teu nome JOESA.
Um agrupamento de vogais e consoantes,
Desenterradas numa praia do mundo.
Para que vibrassem com puro amor,
No entanto, minha menina linda e querida,
Só o meu amor esteve presente na tua gênese.
Sempre esteve apaixonado e triste.
Tu compensaste tudo o que me faltou.
Criei-te levando em meus braços.
Era indizível o amor que em nós transitava.
Dia-a-dia adormecias segura e feliz,
Em meus ombros como anjo caído do céu.
Agora, à distância me alimento de lembranças,
Doces e ternas que voam para ti, assim como,
Os pássaros feridos aos seus ninhos.
Vou te amar loucamente sempre e quando,
Daqui tiver que partir envolto por um sono prolongado,
Eu serei o teu protetor e farei uma aliança espiritual.
Assim Deus te protegerá de todos os males.
Porque tu eras um anjo de luz que reencarnando em nosso meio,
Propiciaste-me o aperfeiçoamento neste planeta expiação.
Obrigado, meu Arcanjo de nome Joesa.
Tu foste, lá no imponderável,
O anjo Luzbel que um dia sonhei.
Eráclito Alírio