PRINCESA LUZENTE

PRINCESA LUZENTE.

Simone,

Num domingo radiante pela manhã, eu vi os caminhos de lua e os vórtices de desejos estabelecidos em teu corpo branco.

O teu corpo branco e macio era a minha imensa planície da manhã.

Quantos carinhos se desprendiam das tuas mãos quando, eu as tinha entre as minhas sôfregas por ti.

Os teus olhos matutinos e vivazes brilhavam com vestígios de galáxia, ainda entorpecidos pelo sol.

Neles, eu senti o quanto de amor era represado, pois havia ali desejos reprimidos.

Minha linda, isso jamais tu poderás esconder de mim, estava evidente em teu ser novo e desejável uma sombra de volúpia e uma turbulência de alma.

Naquela santa hora tu fremias, e eu abismado beijava as tuas lindas faces frescas pela brisa da manhã.

Santos beijos foram aqueles! O meu desejo era beijar-te de forma diferente, quem sabe, na boca, e dar um sentido novo a esse sentimento que, de repente, naufragou em nós sem querer e que está nos devorando.

Senti um êxtase em ver os teus seios arfantes, essas duas luas robustas que carregas no peito.

Ah, como eu te pressinto nessas horas, os meus desejos e as minhas angústias residem nos teus lábios finos, vermelhos e lúbricos.

Quero estar contigo, ó amada, mensurar o teu corpo por inteiro, beijando-te suavemente, amorosamente, demoradamente, eternamente.

Desejo te transformar na minha real basílica de amor, ocasião em que, me prostraria sem o caráter do sacrifício e tu serias o meu relicário de carinhos e amor.

Assim, tu serias uma verdadeira planície de paz e de benquerença.

Esse amor é tão oculto e obstinado que só nós sabemos.

Até quando, minha querida?

Eráclito Alírio.

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 25/11/2006
Código do texto: T300803