062 - O DESABAFO...
Desabafa de si, abra as janelas da alma, deixa o amor florescer, do que temes não poderás eternamente fugir, no seu coração a semente já está plantada, deixe os raios do sol aquece-la, regue-a com as tuas lágrimas e fertilize-a com teus carinhos...
A gravidez da alma ainda que indesejada é desprovida de abortivos, o tempo que a esconde dos olhares indiscretos é o mesmo que ira anunciar dos alto dos pedestais, do alto dos altares, nas esquinas das ruas que o destino em dia incerto, no imprevisto e na surpresa desnudará o maior dos seus segredos e o tempo nunca mais será o mesmo, um novo tempo haverá de surgir, tempo de amar e ser amada...
O que você sonhou, desejou, não persistiu, fraquejou diante do inesperado, você sempre desfilou pela vida ignorando a todos, sempre sozinha, suportava por suportar a presença da sua sombra, você sempre desejou noites vazias, castiçais apagados, solidão por companhia...
E o inesperado aconteceu não por um descuido da sua alma, mas pela perseverança silenciosa do seu coração, que sublimemente se preparou para este momento único, reconhecível em qualquer circunstância, bastou um olhar diferenciado, transbordando ternura a atingisse em cheio para que todas as muralhas que pacientemente construíste à sua volta fragorosamente desmoronassem, indefesa e desconsertada ao acompanhar a sombra daquele olhar tão pungente o inimaginável estava à sua frente sorrindo e acenando esperanças de dias felizes...