AS MULHERES MADURAS.

AS MULHERES MADURAS.

As quarentonas e as cinqüentonas que me perdoem, são irreverentes, inorgânicas e impávidas.

São também trânsfugas e belas estátuas, esguias, sonolentas e um tanto órficas.

Porém, não sabem elas que ainda estão no ponto e, no entanto, se comportam imóveis, insensíveis e abundantemente ocas e frias.

Mostram-se como belas meninas, bem vestidas, sexualmente desejáveis, mas exageradamente bem caiadas.

Esqueceram por um momento, pobres coitadas, que são e sempre serão belas e cobiçadas tangerinas.

Eu quero, ou melhor, eu quis certa quarentona, vejam do que fui capaz e, de repente, fiz.

Arquitetei uma sutil estratégia, usando uma cinqüentona como tática (a irmã), mas para o meu espanto, ela se sentiu usada, e a bem da verdade mal usada.

Ultrajada e violentada na sua intimidade, fez naufragar o meu intento.

Não importa, tentarei de novo um inimaginável estratagema, saberei como descobrir um novo jeito, para me aproximar da irmã quarentona e desnudar o seu questionável dilema.

Afoito eu não serei jamais, recolher-me-ei humildemente a minha insignificância, se aqui e agora não for, nessas alturas da idade, por ela clamarei pela própria morte, e a esperarei de pronto no encanto da eternidade.

Será para sempre minha e não fugirá à regra celestial, co-eterna comigo será, pois lá no inescrutável norte, o tempo e o espaço inexistem, e nem tão pouco as quarentonas e as cinqüentonas.

Não, não farei o acima prometido, havia me esquecido, por isso, o desfaço de imediato, pois lá no éden, já tenho com a Milena compromisso assumido deste o ano de 1982.

Eráclito Alírio.

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 21/11/2006
Código do texto: T297098