SEM TEMPO PARA PROTESTAR

De repente aquele azul profundo
Que os nossos olhos vislumbram
Transformou-se em cinzas e soluçou;
E de tanto soluçar, derramou lágrimas
Torrenciais no chão que se abriu
E se fez correnteza...
De repente, é como se por entre as nuvens
Houvesse uma batalha de raios incandescentes
A demarcar um território imaginário
Fazendo o céu chorar tanto que transbordou
Os rios, que se juntaram ao mar,
Medindo forças com a terra,
Que se deu por vencida e, ao tremer de medo
E frio se descontrolou, perdeu o rumo
E sem saber pra onde, foi levando
Tudo que encontrou, sem força para resistir
E sem dar tempo sequer de protestar.


Brasília, 12/04/2011