Tédio

Tédio

Tédio, que remédio posso tomar?

Incrédulo no mais que possa tardar

Não me acontece nada de novo, de novo

O tédio se alastra, rastejando, movendo-se pegajoso pelo chão.

Ouço até seu barulho molhado, escuro como a noite, invisível como sempre esteve antes.

Deixa-se a cada pequena fresta, entre os tacos de madeira, asqueroso como sempre esteve.

Segura os ponteiros que rodam e rodam sem sair do lugar.

Tirando o brilho de meus olhos que no vazio se perdem.

O balanço de minhas pernas de nada adianta, apenas excitam o ar a sua volta, que logo volta ao seu lugar, no mais tedioso movimento.

Novamente ele, agora com seu tic-tac cadenciado, como gotas de água cinza a cair num molhado negro.

Os olhos fechados de nada adiantam, pálpebras transparentes.

Tédio, que remédio?

De nada adianta escrever, me perco em palavras inúteis como estas, estas mesmo que estás a ler.

Escritas num passado, que seu presente não há de acreditar.

Peguei o tédio e vou revidar.

Pois aprisionei o safado nestas palavras e ele nunca irá escapar.

Deixarei o tédio com tédio, para que não haja remédio.

Só pra ele aprender que quando eu o prendi aqui, comecei a me divertir.

Tou me acabando de rir....

2005

Duke Webwriter
Enviado por Duke Webwriter em 12/11/2006
Reeditado em 09/02/2012
Código do texto: T289333
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