A Epopéia de Denise (Caixa de Pandora)

Como se começa uma história?

Algo que pode ter acontecido!

E se a mesma não existe na memória

Posto que é um fictício ocorrido!

Denise caminha em uma praia

Mesmo que o sol não raia

Sua alegria insiste.

Se depara com uma caixa

Um baú velho e pequeno

O abre, deixando escapar um veneno.

A caixa...

Dentro havia um sonho

Remeteu-a a outros lugares

Voava por entre vales

Sentia na face leve brisa gélida.

Se despiu de todos os seus disfarces

Reviu todos que já se foram

Todos que por ela eram amados

E eles por ela.

Viu a morte, passou tão rápida e inexpressiva que, na verdade, poderia se tratar de uma nuvem negra!

Nuvem pequena e inútil

Dessas que não fazem chuva

Mas dependendo do ponto de vista

Pode fazer sombra

Tirando o reinado do sol.

Voou sobre a ilha de Páscoa

Sorriu para seus mistérios

Atravessou alguns deltas de rios

Do Parnaiba ao Nilo.

Ao anoitecer viu Paris

Sentiu seus perfumes

Por um momento os odores a levaram a campos

Como se estivessem presos a uma redoma de vidro.

Foi testemunha do nascimento de uma pequena aldeia

África

Os lugares voltavam no tempo

Homens pré-históricos surgiam em grupos

Perseguiam mamutes

Comiam com as mãos

Descobrindo o fogo

Violência e pretensão.

Ninguém podia vê-la

Sequer podia ouvi-la

Mas tantas coisas para dizer...

Ensinar e aprender.

Por fim tudo foi simplificado a um só casal de humanos

Pode ver tanta coisa

Estar em tantos lugares

Mas ao retornar desse sonho tão real

Uma realidade melhor e maior a esperava.

Ela não pode encontrar quem seria prioritário,

Quem responderia suas recentes e antigas perguntas,

Que a acolheria, lhe daria afagos e força,

Quem a conhecia como ninguém!

Ela mesma!

André Anlub

Site: poeteideser.blogspot.com

Poeteideser® - Pena & Pincel®

Contato: andreanlub@hotmail.com