Um dia tedioso
24 de agosto de 2010
Um dia sem escrúpulo algum pra escrever, ainda mais agora 22:25hs.
Dane-se tudo que me dizem e que faço. Nada mais importa pra quem já deixou de existir e vive como caricatura de um rostinho perfeito e um corpo bonito.
Se quiser puxe a cadeira, se preferir sente-se no chão. Pouco me importo com o que pensa e o que quer de mim. Chega de fechar os olhos e fingir que nada está acontecendo. Já abriu a janela hoje? Perdoe-me por ter esquecido do pobre mendigo que vive na rua.
Ele já nem existe mais. Esqueceram dele depois que derrubaram a Igreja, o coitado não tem mais onde ficar.
A chuva ta caindo, do meu quarto escuto vozes na rua. São vândalos, estão me gritando, mas eu não vou atende-los. Onde eu estava? Ah sim! No circo, falava daquele palhaço que tentava fazer as crianças sorrirem, eu via lágrimas nos olhos dele.
Essa geração ultrapassa os horrores de filmes de terror. Pode dar-me a chance de sobreviver a conseguir ver o mundo de outra forma? Meus filhos não fizeram nada. Eles não merecem, tão pouco nasceram e já são persuadidos pelos declínios da vida do ser humano. Tem gente que fala que os homens são animais, coitados dos animais, até eles são obrigados a serem responsáveis por essa transformação regredida a qual o homem se opõe. Mas ta tudo bem, quem sou eu pra falar dessa pobre criatura desonrada.
Talvez não reste nada além dessas palavras sem sentido que buscam traduzir o desespero da minha vida que não suporta subestimar as mesquinhas formas de viver.
De que adianta sobrar-me palavras se não haverá pedra sobre pedra... muito menos alguém pra ler.