VIDA DE GALO É ASSIM MESMO!
Parece até uma festa que me chamaram para participar,
Eu até fui, mas não quis ficar,
Sei lá, esse negócio de galo andar com pato nunca deu certo.
Às vezes penso que essa lagoa tem bicho demais,
Cada um do seu jeito, o sapo canta rouco e se acha o tal,
Cada um com seu instinto animal,
O pato se acha o multi-funções:
Nada, e se quiser voar tem jeito,
É, ele tem o meu respeito,
Mas não tem esporas nem essas penas charmosas
Essa crista avermelhada,
Esse bico amarelo-ouro, esse peito alto,
Olha essas asas! Podem até não voar,
Mas são charmosas, fortes, as galinhas se encantam,
E a voz, o pato é outro rouco, engasgado,
A minha até na madrugada é afinada,
Eu sou demais, como sou maravilhoso,
O triste é quando a época do pequi chega aqui em Goiás,
É uma história de franguinho na panela,
Um tal de frango com pequi,
Que minhas canelas topam umas nas outras,
Meu canto desafina,
Minhas penas caem, meu bico escurece,
Minhas asas murcham, meu peito cai,
Eu fico agachado, andando torto e defecando o tempo todo,
Nado que é uma beleza, e fico falando cuêm – cuêm – cuêm...