RETALHOS DE SEU AMOR
Hoje acordei respirando saudade...
Seu cheiro... O cheiro da saudade penetrou pelas minhas narinas sem licença pedir e foi se alojar, perdigueiramente, em meu coração...
Passou o dia assim, como um soldado em prontidão, a não deixar que eu a esquecesse.
Mas como iria eu esquecer-me da Saudade?
A saudade, esta minha saudade, foi hoje alinhavada com retalhos...
Retalhos...
Andei pela casa e seu olhar olhava-me por sobre os ombros e me seduzia... Retalho de seu amor...
Fitei o quadro dependurado na parede e, emoldurado estava lá, seu sorriso... Retalho de seu amor...
Colhi do jardim uma flor e da flor do amor lembrei-me... Lembrei-me do seu amor em mim... Retalho de seu amor...
Senti necessidade de um abraço, de um afago... Lembrei-me das carícias de suas mãos... Retalho de seu amor...
Senti uma brisa leve e fina tocar meu rosto, meus lábios... Lembrei-me de seus beijos... Retalho de seu amor...
No fim da tarde, quando a noite escondeu o dia, a Saudade ainda estava lá, incrustada em meu coração... Não dizia nada, nada precisava ser dito... Ela sempre soube que seu lugar era lá, que meu coração era possuído por ela e em seu silêncio, quando as lágrimas teimosas começaram a sulcar meu rosto e o céu salpicava a terra com gotas de chuva, eu ouvi, ouvi a Saudade em seu silêncio me dizer: “Sou sua dona... Você é meu!”
Assim eu vou dormir... Abraçado com minha Saudade, minha saudade de um nome só: VOCÊ.