Concorrência

Útil, fútil, ordinária, amada, desprezada, serve e não serve, faca de dois gumes, motivo de discórdia, uni e desuni, amada e odiada, leal e desleal, serve e não serve, motivos para tantas guerras e falcatruas, tu vives de peripécias, nutrida e desnutrida, animalesco, não és digna de confiança vais enganar quem?

Os teus parceiros usam e abusam, tentando inutilmente mostrar vantagem e desvantagem, engano e desengano, pano de fundo de um descalabro que passo a passo cai e recai nos ombros de uma multidão, que desnorteada sai correndo atrás de falsas vantagens movidos por anúncios, que alimentam uma imaginação fértil forjada e arquitetada para promulgar e dizer a plenos pulmões que a concorrência é a melhor parceira do já combalido consumidor.

Este sim é o grande concorrente dele mesmo, que alucinadamente sai torrando e sendo torrado, e vitimado de uma propaganda enganosa onde os grandes concorrentes são os próprios a concorrer com o próprio bolso, pobres gastadores que na sua grande maioria gastam mal, porque mal sabem que vivem dentro de um sistema armado e programado para tomar até a cueca e a calcinha do pobre gastador.

Antonio Filho
Enviado por Antonio Filho em 08/02/2011
Reeditado em 08/02/2011
Código do texto: T2778801
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