O FORJADOR

O FORJADOR

Tudo condensa

o que eu não apreendo

no instante fugidio que explode o tempo

a minha incapacidade de criar fórmulas é letal

desmorono e tudo se reconstroi fora minha vontade

para reescrever minhas pulsões de extase

não há inferno telúrico maior que das minhas sombras

sou o criador do meus demonios

o forjador da (minha) divina tragédia

quando desalinho o alinhavado

e aprisiona esse verme que se faz raiz

de probalidades dos meus extases

tudo se recria independente dos meus infernos

e das fórmulas da minha janela morta para meu desespero

o vazio se recria além dessas equações

onde recolar tudo se tudo recomeça sempre

na própria inalação que expurgo?

demiurgo do meu ego

Apolo sem Zeus

dessassosssegado nos meus limites

vivo das ferveduras da condenação do ilimitado

da minha incompreensão

das espessuras das teias que urdo

onde ficou aquela formosura que regurgito?

Édito de Mira

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Imprimatur Revista Literária
Enviado por Imprimatur Revista Literária em 09/01/2011
Reeditado em 10/01/2011
Código do texto: T2718105