Apostasia
Me pergunto se você acredita nessa mentira de que tudo será melhor.
Você quer que eu minta, mas a verdade é que minhas poesias não têm mais rima e minhas canções saíram do compasso.
A verdade é que você era essencial para que esse meu teclado de computador se transformasse em teclas de um piano mágico que tocava poemas, mas nem isso meus dedos compõem mais...
Antes cada poema nascia com frenesi e suavidade de uma nova canção e minha alma parecia dançar num quadro de Monet.
Hoje estou tão vazia e ainda tento sorrir.
Tudo mentira!
Nem pareço estar aqui agora!
Vejo mas não sinto...
Desse teclado não saem mais canções, nem poemas, nem sensações que eu só podia sentir com você!
Não enxergo mais a beleza que havia em mim
Mas não diga que eu não quis.
Foi você quem fugiu de mim aos poucos.
Foi dizendo adeus devagar como se acariciasse com cuidado cada palavra de despedida que tocava meus ouvidos...
Calculou cada adeus com a gentileza precisa de quem não quer magoar e eu entendi... E aceitei!
O problema é que ainda dói saber que está aí e nunca estará aqui...
No momento encontro-me sozinha como réu esperando julgamento; Meu crime? Sonhar que um dia poderia existir um “nós”!
Vou afastar esse piano... Nenhuma rima sairá mais daqui mesmo. Aceitarei a decisão seja ela qual for.
Pois afinal, se culpada ou inocente o pior castigo já foi dado, e foi você quem bateu o martelo, foi você quem me deu a sentença de uma eternidade sem você, sem seu amor!