ROSA DOS VENTOS.

Não há lugar que abrigue o solitário,

Se, de coração aberto,

Pode abrigar o mundo

No vazio que lhe replena o ser.

De tudo e todos vivo desterrado!

Posto fora de mim mesmo,

Como um barco sobre as águas,

Arrastado de um lugar a outro

Pela emoção que move o mundo.

Fecho os olhos e digo:

Vai, amor, seja meu guia!

E sigo livre de agir como entendo.

Norte, Sul, Leste e Oeste

Roteiros imprecisos

Para a bem-aventurança prontamente desejada,

Para a mais alta beleza, para o amor e para a divindade,

Que são completos e definitivos em si

E ultrapassam culturas, credos e gerações!

II

Contestando o presente em desatino

Ao destino submeto-me.

Enquanto flui o tempo indiferente,

Por tudo o que não fui,

Na ilusão de ter poder, pelo amor,

E pelo o que ainda posso ser

É que me apego à vida

Na indefinida Lenda Pessoal.

É certa a ventura

Nesta aventura de ser?

Alternando os passos, a cada dia-a-dia.

Além e mais além, na sucessão dos fatos,

Permaneço fiel a mim mesmo,

Pouco importa o que possa acontecer.

Pelas latitudes e longitudes do mundo

E nas incertezas do destino

O meu coração é o indicativo dos rumos

Onde quer que eu esteja,

Nele deixo o meu olhar.

Peregrino e forasteiro,

Náufrago ilhado na multidão.

No monólogo das distâncias

É silenciar, querendo aos gritos.

Entre dois pontos

O amor é uma reta,

Se há labirintos

É caminhar.

G Matos
Enviado por G Matos em 08/11/2010
Reeditado em 22/09/2012
Código do texto: T2604682
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