VENENO
De pequeno cálice em teu corpo,
sobre meu corpo pingou, escorreu,
penetrou, e encontrando o caminho
para meu coração, dele fez morada.
Veneno de nome Amor, és doce e amargo;
Causas dor e entregas prazer;
Crias a felicidade e o sofrimento;
Fundes a posse com a submissão;
Proporcionas a visão mais profunda,
mas também cega-nos,
sabendo ser bom e cruel.
Diferente de todos os outros venenos
tu não matas, e não te deixas morrer.
Tu apenas vives, eterno,
alimentando nossos corações,
que tal qual viciados,
esquecem da razão,
e apenas clamam por suas doses,
maiores em cada aplicação,
para em momentos de puro êxtase
poderem sorrir dizendo para o mundo
que vivem e amam a ti, veneno.
Balbueno – 18/09/2010