Itapema,31 de dezembro de 2009 18:45

Venho por meio desta que me possibilita mesmo que de forma escrita

Relatar-vos em meus humildes versos a história da minha vida

“VIDA”- Essa palavra sem explicação, sem sentido

Que me toma desde o meu nascimento e continuo seguindo

Quatro letras simples em meu idioma, mas de significado pra mim desconhecido

Desde que me lembro mesmo ainda menino ela me tem traído

Nunca pensei em que realmente me levaria

Apenas a seguia, seguia...

Acreditava sim que um dia algo a mim se mostraria

E ai então diante a sua explicação eu entenderia

Mas o tempo (padrasto) tratou de amenizar minhas duvidas

E de mãos dadas com o destino

Contra aminha vontade me pôs a luta

Luta essa que ainda travo e continuo perdendo

Por mais que eu bata “E EU BATO!”

Mas na grande e esmagadora maioria das vezes apanho

“MUITO”

Meu corpo já nem sente, meus espírito é que esta doente

E fraco pede socorro aos ouvidos surdos do mundo

“surdes”-Ah? O que disse mesmo?”

“Surpresa, você esta morto!”

Levei mais da metade de minha pequena vida pra descobrir

“Mortos não tem portas pra abrir!”

Não recebem abraços e beijos de amor

Nem tem visitas pra vir

A casa é sempre a mesma

4 paredes e nenhuma luz

O som do frio, mas sem sol que reluz

Sempre tive sonhos de conquistas

Mas eram sonhos, são sonhos

O problema é que eu acordo e o nada me salta aos olhos

Até onde alcança as vistas

Passei por essa vida (?) sem deixar nada de concreto

Sem palmas nem afeto

Meu caminho é longo e reto

E o final não me é permitido ver

Faço meu silêncio habitual e sigo sem opção

Tentando juntar meus restos

“RESTOS”-Toda parte de mim inteiro

Espalhado por todo o caminho

Tento juntar, pois é tudo que tenho que fez parte de mim

Que me mantém preso a vida (?)

Descobri que sou igual às pedras do meu caminho

Inertes, sem movimento

“MOVIMENTO” _Nunca soube o que significa

Sempre fui o tipo “Para e fica!”

Não por minha vontade, mas o que você faria?

Se o seu caminho fosse de encontro ao abismo, pularia?

Mortos não têm asas, mortos não tem voz

Mortos não ganham dinheiro

Mortos não têm carro do ano, não tem conta em banco

E não tem ninguém ao fim do dia

E a noite quando o sol da uma trégua e a noite trás o sândalo da calma silenciosa

Não tem o suor do calor compartido nem o êxtase do amor exercido e cultivado

Só o silêncio

“SILÊNCIO!”-.......................................assim é

Silêncio que ensurdece o coração e fere a alma

Dói aos ouvidos e sela a voz

Minha vida entre os normais foi difícil

E ainda é!

Nunca consegui

“NORMAL”-Cadê o Aurélio?

Alguém aí se prontifique e me explique

Como funciona?

Ta escrita em algum idioma que não entendo

Não deu certo, errei em algum ponto

O problema é “Qual?”

A gente nasce devendo

Nunca compra, mas é cobrado todo dia sem falta

Faça chuva ou faça sol

Não esquenta que alguém cobra sempre cobra

E sempre é a pessoa que a gente mais se doa

Assim de graça por amor

Mas até o amor tem preço

E cobra, como cobra

Até que a morte paga as dividas

E ai cessa as cobranças cessam as dores

Cessa tudo quando a vida para

Enfim o silêncio vence

As vozes calam e tudo se torna enfim o que realmente é

“Nada!”- palavra que todos pensavam não ter explicação nem significado

Mas aqui estou eu a personificação da palavra nada

Nascido, criado e falecido

Nada.

Cláudio Saiere
Enviado por Cláudio Saiere em 17/09/2010
Reeditado em 17/09/2010
Código do texto: T2503441
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