SUCESSO
Quando era muito jovem, sonhei com as imagens burguesas de um sucesso efêmero e superficial; onde eu me deliciava nos prazeres materiais... Sendo um artista muito pobre, eu pensara que só poderia ser efetivamente feliz se eu obtivesse todas as riquezas materiais; que o sucesso pudesse me proporcionar... Mas o meu destino de artista revolucionário me impediu de me tornar um artista burguês: as luzes das estrelas materialistas não nasceram para iluminar e fazer brilhar a minha arte pungente... Para mim, que sou um visionário, a arte é uma espécie de condenação, uma espécie de expiação – e devo derramar o meu sangue em prol da evolução da humanidade...
Um paraíso terrestre, onde o luxo e o requinte são demonstrações burguesas milionárias, não pode suplantar a absoluta supremacia de um apartamento sala e quarto; onde duas pessoas espiritualistas viveram um grande amor inesquecível... As pequenas coisas cotidianas, os entrelaçamentos dos subconscientes, as caminhadas marítimas pela orla de Copacabana, as relações sensuais amorosas constituíam um verdadeiro paraíso terrestre; onde a luminosidade das idéias mediúnicas surpreendia as minhas expectativas de uma suposta felicidade... E as pompas brancas que se assentavam no paradeiro da janela do nosso apartamento modesto, ainda que em Copacabana, eram como se fossem anjinhos da paz, anunciando a sinfonia de uma felicidade incomensurável; mas que um dia estaria fadado a terminar: e terminou mais cedo do que esperávamos – durou pouco mais de sete anos!
O sonho de felicidade acabou, e o sucesso esperado pelos artistas amantes despencou dos penhascos das ilusões momentâneas... Separados, cada um seguiu o seu caminho sem nada saber mais um do outro... A estrela da Fernanda Montreal desapareceu na escuridão do firmamento, e eu, o Fernando Pellisoli, estou navegando, misteriosamente ainda vivo, nos oceanos das artes pungentes... E o sucesso que almejo, no momento presente, é ter um tempo suficiente para edificar o edifício da arte pellisoliana, independente de glórias e ovações, em prol da evolução do ser social: sendo um artista Livre-expressionista, espiritista, filosofista, politiquista é bom que saibam que eu vim para revolucionar a estrutura política e social das sociedades humanas... Toda vez que eu acordo; mais distante parece estar o sucesso de mim – entretanto, mais vigor eu encontro nos escombros das minhas madrugadas de insônia, onde a minha escrita transcendental ocupa as páginas dos meus livros poéticos e de prosa, nesta transversal agônica da minha loucura hermética incondicional: os vendavais vicejam!
Vibrações esotéricas querem desviar o rumo do poeta espiritista, que tem na loucura profunda o alicerce dos devaneios inconsistentes; e tudo que um pobre artista como eu deseja é poder produzir as suas artes... O sucesso (se for inevitável) virá nesta minha idade madura; sem que possa interferir na minha conduta disciplinar – jamais me deixarei levar pelas ilusões da matéria, apesar de que sei que ficaria muito feliz se a minha arte fosse reconhecida antes do meu retorno ao mundo espiritual... Mas este pequeno detalhe não tem a menor relevância; pois é no mundo espiritual que receberei a recompensa divina, se assim o merecer... Altitudes desconexas da realidade (realidade material e opaca) não podem impressionar a visão dos incautos, pois a intensidade dos significantes é intocável aos olhos da cultura popular, que vive dos resquícios cotidianos... Atormentados corações dos sonhos não podem impulsionar o sangue aos corpos desusados da irrealidade; mas as vantagens herméticas dos escândalos da vida alheia podem desmascarar o ópio das coisas inválidas... Eu só queria poder abrir os meus olhos e poder enxergar o inusitado: que possam ser destruídos todos os engodos sociais... Quanta maldade que existe neste mundo material, quantos homens perversos causando infinidades de sofrimentos aos pobres necessitados: eu nunca vou esquecer-me de lutar a favor do amor e dos povos oprimidos, pois quero tanto que as coisas possam ser diferentes – que venha o solidarismo!
O meu maior sucesso é conseguir escrever um livro sobre um novo Sistema de Coisas à nossa humanidade. E que seja um Sistema o mais justo possível, onde a justiça possa ser para todos... E é justamente através das asas do amor que vou elaborar uma nova proposta política de convivência social, onde as diferenças não sejam tão discrepantes e insociáveis...
Quando era muito jovem, sonhei com as imagens burguesas de um sucesso efêmero e superficial; onde eu me deliciava nos prazeres materiais... Sendo um artista muito pobre, eu pensara que só poderia ser efetivamente feliz se eu obtivesse todas as riquezas materiais; que o sucesso pudesse me proporcionar... Mas o meu destino de artista revolucionário me impediu de me tornar um artista burguês: as luzes das estrelas materialistas não nasceram para iluminar e fazer brilhar a minha arte pungente... Para mim, que sou um visionário, a arte é uma espécie de condenação, uma espécie de expiação – e devo derramar o meu sangue em prol da evolução da humanidade...
Um paraíso terrestre, onde o luxo e o requinte são demonstrações burguesas milionárias, não pode suplantar a absoluta supremacia de um apartamento sala e quarto; onde duas pessoas espiritualistas viveram um grande amor inesquecível... As pequenas coisas cotidianas, os entrelaçamentos dos subconscientes, as caminhadas marítimas pela orla de Copacabana, as relações sensuais amorosas constituíam um verdadeiro paraíso terrestre; onde a luminosidade das idéias mediúnicas surpreendia as minhas expectativas de uma suposta felicidade... E as pompas brancas que se assentavam no paradeiro da janela do nosso apartamento modesto, ainda que em Copacabana, eram como se fossem anjinhos da paz, anunciando a sinfonia de uma felicidade incomensurável; mas que um dia estaria fadado a terminar: e terminou mais cedo do que esperávamos – durou pouco mais de sete anos!
O sonho de felicidade acabou, e o sucesso esperado pelos artistas amantes despencou dos penhascos das ilusões momentâneas... Separados, cada um seguiu o seu caminho sem nada saber mais um do outro... A estrela da Fernanda Montreal desapareceu na escuridão do firmamento, e eu, o Fernando Pellisoli, estou navegando, misteriosamente ainda vivo, nos oceanos das artes pungentes... E o sucesso que almejo, no momento presente, é ter um tempo suficiente para edificar o edifício da arte pellisoliana, independente de glórias e ovações, em prol da evolução do ser social: sendo um artista Livre-expressionista, espiritista, filosofista, politiquista é bom que saibam que eu vim para revolucionar a estrutura política e social das sociedades humanas... Toda vez que eu acordo; mais distante parece estar o sucesso de mim – entretanto, mais vigor eu encontro nos escombros das minhas madrugadas de insônia, onde a minha escrita transcendental ocupa as páginas dos meus livros poéticos e de prosa, nesta transversal agônica da minha loucura hermética incondicional: os vendavais vicejam!
Vibrações esotéricas querem desviar o rumo do poeta espiritista, que tem na loucura profunda o alicerce dos devaneios inconsistentes; e tudo que um pobre artista como eu deseja é poder produzir as suas artes... O sucesso (se for inevitável) virá nesta minha idade madura; sem que possa interferir na minha conduta disciplinar – jamais me deixarei levar pelas ilusões da matéria, apesar de que sei que ficaria muito feliz se a minha arte fosse reconhecida antes do meu retorno ao mundo espiritual... Mas este pequeno detalhe não tem a menor relevância; pois é no mundo espiritual que receberei a recompensa divina, se assim o merecer... Altitudes desconexas da realidade (realidade material e opaca) não podem impressionar a visão dos incautos, pois a intensidade dos significantes é intocável aos olhos da cultura popular, que vive dos resquícios cotidianos... Atormentados corações dos sonhos não podem impulsionar o sangue aos corpos desusados da irrealidade; mas as vantagens herméticas dos escândalos da vida alheia podem desmascarar o ópio das coisas inválidas... Eu só queria poder abrir os meus olhos e poder enxergar o inusitado: que possam ser destruídos todos os engodos sociais... Quanta maldade que existe neste mundo material, quantos homens perversos causando infinidades de sofrimentos aos pobres necessitados: eu nunca vou esquecer-me de lutar a favor do amor e dos povos oprimidos, pois quero tanto que as coisas possam ser diferentes – que venha o solidarismo!
O meu maior sucesso é conseguir escrever um livro sobre um novo Sistema de Coisas à nossa humanidade. E que seja um Sistema o mais justo possível, onde a justiça possa ser para todos... E é justamente através das asas do amor que vou elaborar uma nova proposta política de convivência social, onde as diferenças não sejam tão discrepantes e insociáveis...