"Conflito"
Não vivo meu conflito, eu o deixo de esgueira; assim, analisando-me distante poderá exercer sobre mim a força que merece.
Ainda não o descobri em conteúdo, mas sei que sua força poderá me derrubar, e então o medo me toma, consome-me até as últimas possibilidades de que eu o aceite.
Fico insossa, desinteressante. Discorro ambígua uma dissertação sem tese, sem argumento, sem estrutura. Eu não vivo o meu conflito para não conhecê-lo, pois eu o temo ser a minha verdade, ser a minha única coisa real.
E se eu confrontá-lo, com o medo feito arma, poderei vencê-lo pela angústia de aniquilar a fragilidade que sou.
Frágil mulher, que recoberta por uma moldura férrea, se faz cristal: fina e tão fácil de quebrar.