ANGÚSTIA
Nas sombras em que me deito rasgo os túneis da imensidão.
O relógio marca os momentos exactos do tempo que voa.
Nas asas de um papagaio de papel pressinto a queda.
E no chão frio da mármore lapidada estendo o corpo.
De corpo em corpo como numa ciranda viajo no tempo.
A chuva sopra os jardins que amanheceram ao meu colo.
Como um filho de nada alimento a angústia desgastada em suor.