O Bruxo
Eu sou bruxo de vestes negras, coláres negros, anéis negros, de um olhar negro que atravessa toda alma pura- Eu não sou puro!
Vivo ao redor do meu caldeirão de feitiços, tramas, dramas, chamas que não queimaram a todos os que eu quis incendiar.
O que me tornou um ser sombrio? Não tenho resposta. As minhas recordações em preto-e-branco não me ajudam a responder esta pergunta; não há registros em minha memória diabólica. Quando percebi lá estava eu num abracadabra e num desaba minha alma!
Possuo todas as religiões e filosofias na minha formação obscura- Sou um Bruxo culto! Abomino a ignorância dos que tiveram oportunidade para evoluir, pra progredir para o além do além.
Já cri em Jesus, em Maomé,
Já fui um Ateu, eu já tive fé.
Já fui Espírita, e do Camdonblé,
Já segui a Tupã, Rezava ao pé...Ao pé de Sabaré!
Quantos feitiços, quantos retalhos. Quanta macumba, quantos retalhos!...Retalhos teus que lê estas palavras agora, pois eu aprisiono a tua alma, sorrio, e não choro. Sim: Eu aprisiono tua alma!
É assim que arquitetei terminar este escrito que, na verdade, foi apenas mais uma obra maligna para fazer-te ler e apisionar-te.
É tarde demais! Eu te possuo. És meu e do Diabo, Bruxo que sou!
O Bruxo