O Bruxo

Eu sou bruxo de vestes negras, coláres negros, anéis negros, de um olhar negro que atravessa toda alma pura- Eu não sou puro!

Vivo ao redor do meu caldeirão de feitiços, tramas, dramas, chamas que não queimaram a todos os que eu quis incendiar.

O que me tornou um ser sombrio? Não tenho resposta. As minhas recordações em preto-e-branco não me ajudam a responder esta pergunta; não há registros em minha memória diabólica. Quando percebi lá estava eu num abracadabra e num desaba minha alma!

Possuo todas as religiões e filosofias na minha formação obscura- Sou um Bruxo culto! Abomino a ignorância dos que tiveram oportunidade para evoluir, pra progredir para o além do além.

Já cri em Jesus, em Maomé,

Já fui um Ateu, eu já tive fé.

Já fui Espírita, e do Camdonblé,

Já segui a Tupã, Rezava ao pé...Ao pé de Sabaré!

Quantos feitiços, quantos retalhos. Quanta macumba, quantos retalhos!...Retalhos teus que lê estas palavras agora, pois eu aprisiono a tua alma, sorrio, e não choro. Sim: Eu aprisiono tua alma!

É assim que arquitetei terminar este escrito que, na verdade, foi apenas mais uma obra maligna para fazer-te ler e apisionar-te.

É tarde demais! Eu te possuo. És meu e do Diabo, Bruxo que sou!

O Bruxo

Lui Jota
Enviado por Lui Jota em 26/08/2010
Código do texto: T2461567