Nós olhamos...
Quando surgem, fazendo rebuliço, ocupam como hospício, o santuário aflito, os filhos e os gritos ativos do diabo.
Enquanto ela é cascalho-menino, princesa da Amazônia e rainha do Egito, tu deixas de ser o espião das Américas e vai ser domador de leão onde deveria ser o paraíso.
Eles trazem seus espaços, apertados entre os braços, e entre os lábios espremidos; E ao fazerem este uso indevido, invadem a tua calçada.
Tu? Olhas e olhas.
Às vezes, te atrapalhas e os encara; E por isso não os denuncia.
Eles te ameaçam e tu olhas mais profundo. Tu és um mundo e não vês o incêndio que incendeia um oceano com esse teu fogo que não queima.
Depois, pensas em tornar-te luz e olhas para a lâmpada e para a lamparina. Mas, se eles iluminam, por um instante, a tua rua, tu já ficas a pensar que são fontes, sem saber que são cortina. Esqueces a luz, e isso ocorre no teu horário de serviço.
Acordas no centro do dia, achando que és mágico, no mágico momento da cartola sumida.
Bem que poderias assumir, ao menos, a coca-cola produzida e consumida em um único gole, para que eles comprem não só meios para sacudir o gás e retirar-lhe a espuma, mas instrumentos, para alegrar a guerra. Assunto interno.
Eles? Publicam tudo, fazendo de conta que são turistas e que tudo é notícia, até porque quem os lê, não sabe disso.
Nessa hora ela retorna do além e te ensina a multiplicar os pães de cabeça, enquanto toma a tua garrafa inteira de vinho.
Eles aplaudem, reverenciam e somem da mesma forma como surgiram.
Sei que tentas, na última hora, abrir a tua boca grande, de dente e saliva; E ainda sei que ela olha e acha isso bonito. Todavia também sei que enquanto vocês modificam o planejamento do novo ataque, eles já invadiram a aldeia mais próxima.
Já estão medindo o sol que lá trucida e contando quantas curvas há na estrada que os vai levar até os índios.
Tu, ainda olhas e olhas, como se olhasse...
Eles, já tomaram tudo.
Ela, olha, pensa e volta a olhar. Olhar...
Eu, olho e escrevo. Eu penso, mas não sei se devo. Eu sou o nervo.