Bêbado...

Não durmo no silêncio da madrugada.

Só descanso ao relento frio do boteco

Quando minhas horas já se foram.

As noites para mim é apenas um porre

Para que eu não lembre que virá um amanhã.

Mas, quando a lua aparece eu a engano

Com a minha alegria profana

E, a minha felicidade abstrata.

O sol sempre aparece na hora errada

Trincando os cacos de minhas retinas

É tanto o medo que tenho...

Que prefiro dormir para não ver.

Dia? Faz tempo que não encontro.

Tanto tempo... Que nem o conheço mais.

Meus pés procuram sempre o mesmo rumo

Por mais que os passos tentem negar.

Mais uma vez tombarei um pouco de mim!

De tudo beberei um pouco...

Muito beberei de tudo.

Até o dia que a minha voz se calar

E, que eu veja a minha própria realidade.

A imagem fria de um bêbado na calçada.