Meditando...
 
 
Série Acontecências (11)
 
Fui convidada para fazer parte de um grupo de Meditação e descobri com espanto que não tinha ainda formado nenhum conceito sobre o que realmente seja Meditação.
 
Fazendo uma pesquisa sumária aprendi com o Mestre Tibetano Chogyan Trungpa
que a meditação é um “ato de atenção plena”.
 
Aprendi também que a meditação tem ligação com o presente – é o estar aqui e agora com plena consciência disso. E que a meditação tanto pode ser feita de maneira tradicional, assentado sobre uma almofada,  dedicando plena atenção a respiração, como através da ação, durante o exercícios de várias atividades, tais
como  a prática esportiva, a escrita, a dança, jardinagem, a pintura. Na verdade não existe uma fórmula única para a meditação desde que a essência seja preservada – a consciência plena de estar aqui e agora.
 
Por isso não foi surpresa para mim quando minha amiga Neidina nos comunicou que meditaríamos através da música, do canto.
 
Assim é que após alguns exercícios de aquecimento de nossas pregas vocais nos dedicamos a cantar, ou pelo menos a tentar.
 
A música escolhida foi Além do Arco Íris (Harold Arlen), que  já conhecíamos:
 
“Certa vez eu ouvi alguém contar//que além do arco íris há um lugar//onde
O céu sempre azul nos faz sonhar//onde a gente consegue os sonhos realizar//isso quando a chuva tamborila na vidraça da janela//Eu olho o arco íris na esperança de encontrar// a região tão bela onde o céu sempre azul nos faz sonhar//Onde a gent consegue os sonhos realizar//ah!...ah!...ah!...”
 
Éramos seis vozes cantando e meditando. Não posso colocar aqui as manifestações de todas as vozes, mas, durante essa meditação eu tive a consciência plena de meus sentimentos:
 
Eu senti que sempre, a cada momento é possível aprender alguma coisa.
Eu senti que a música tem a capacidade de transportar-me para um lugar mágico, cheio de fantasia, um lugar para além do arco-íris.
Eu senti que poderia ter muito mais aprendido sobre a vida e o viver se tivesse aprendido a viver o aqui e agora desde sempre.
Eu senti que quando realmente presto atenção plena aquilo que ouço, vejo ou faço, eu consigo viver emoções incríveis.
Eu senti que realmente há um lugar que pode ser alcançado pela força poderosa de minha voz.
Eu senti que este lugar é o mundo que transcende este mundo em que existimos, o mundo que me aproxima do Espírito Criador que me gerou.
 
 
Terminamos essa hora de meditação dirigida com a leitura conjunta em voz alta do Salmo 62. E de lá voltei para casa certa de que o dia tinha valido a pena.
 
Lavras, 10 de julho de 2010-07-10
Décimo sétimo aniversário do André.