Eu, aqui ...o Sonho, longínquo
Eu, aqui,
sonhando nas longínquas paragens
dum mundo
sem barreiras,
flutuando na leveza dos neurónios,
á velocidade da imaginação.
Aqui,
sem saber transmitir
pensamentos palpáveis,
ideias com substrato,
falando para o interior
de mim,
a que chamam intimidade,
mas eu lhe chamo inocência.
Aqui, perto e tão longe de mim,
navego na própria ausência
dum Universo sem margens,
sem leito,
sem profundidade.
Aqui, inicio
os passos duma ousadia
sem limitações,
sem fronteiras humanas,
sem horizontes confinados,
numa aleatória viagem
ao sabor de cometas despistados.
Aqui,
eu, uma estrela procurando brilho,
que teima chegar,
na neblina de um tempo
sem matéria definida,
sem genes modificados,
numa eterna e etérea
ausência de mim.
Aqui,
à espera de chegar
ao porto mais seguro
dum mundo que cresce no ódio
de tantas mentes
em desenfreada cinética de confusão.
Chegarei,
aqui, ali e a qualquer lugar,
mas, não sei se chegarei
ao destino ainda agora delineado
sobre milhares de vidas
que foram e se revoltam
nas asas dos momentos
que sempre ansiarei.