CIRANDA CIRANDINHA...
 
O ruído das folhas agitadas pelo vento minuano e a vivacidade juvenil levarem-me a um passado longínquo. Algumas crianças e pré-adolescentes brincam de roda, sapata e esconde-esconde; brincadeiras, hoje, nada comuns.
De repente, vi-me no grupo e criança voltei a ser. Feliz, entrei na roda e passei a cantar e brincar. Naquele momento, entoavam “Ciranda cirandinha, / Vamos todos cirandar / Vamos dar a meia volta / Volta e meia vamos dar / O Anel que tu me destes / Era vidro e  se quebrou / O amor que tu me tinhas / Era pouco e se acabou / Por isso Profe / Entre dentro desta roda / Diga um verso bem bonito / Diga adeus e vá se embora” Lindo! Fantástico! Quanta pureza e espontaneidade!
Contagiada pela infância e pela pré-adolescência não vi o tempo passar. Meu encantamento e magia foram quebrados pela buzina de um veículo. A garotada parou e, acenando, dirigiram-se ao ônibus. Do local em que me encontrava, pude ler a placa ”Santa Cruz do Sul”. Conclui que o grupo deveria estar excursionando na Capital, o que, a mim explicou, o cultivo de brincadeiras antigas e puras.
Finalmente o vento passou e uma brisa acolhedora acariciou meu rosto, assim como aos galhos das árvores que passaram a balançar harmonicamente. O chilro dos grilos e o coaxar dos sapos chegaram aos meus ouvidos como uma doce música. A luz do dia esmaeceu, abrindo para a iluminação pública.
Ilda Maria Costa Brasil
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 28/06/2010
Reeditado em 09/01/2014
Código do texto: T2346309
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