O FIM DA TRAVESSIA
 
“Completei a minha travessia. Nós encontramos lá".
Num amanhecer primaveril, Cristiane Von Saltiél, uma pequena grande menina completou a sua missão entre nós. Sendo apreciadora da beleza natural e de alguns fenômenos, entre eles, o nascer do dia, o horário escolhido por ela para a sua partida não poderia ter sido outro, seis horas da manhã. Sua história é única, ímpar. O sofrimento, a dor e algumas limitações só a fizeram tornar-se uma pessoa especial e grandiosa.
Infelizmente, a Cris partiu quando menos esperávamos. Deixou-nos lembrança magnífica. Ela era um excelente referencial e belíssimo exemplo de garra e de perseverança. Costumava dizer que não tinha do que se lamentar, pois Deus a privara de pequeninas coisas, mas, em compensação, dera-Lhe em excesso riqueza que muitos desejam: uma família especial; porém, poucos as têm. O Pai, o maior “malabarista” de pensamentos e de advinhas, pois dominava a habilidade de interpretar suas ideias e, principalmente, a sua alma; a Mãe, uma grande “trapezista”, a qual, com um sorriso envolvente e acolhedor, sempre se desdobrava em muitas para nada lhe faltar; a Mana, um misto de mãe-irmã-amiga e fada, a quem muito amava e, um dia, presentearia com o poema “Saudades”, quando essa se torna mãe, pois segundo Ela, seria a pessoa que lhe permitiria tal realização; André-cunhado-irmão e amigo que muito amava, pois nunca a olhou com compaixão e sim, com carinho e respeito. O que poderia querer mais? Sentia-se poderosa, uma vez que dispunha da maior riqueza que alguém pode aspirar, o amor.
Entre Eles - Família - as palavras eram desnecessárias; um olhar traduzia palavras que só o coração conhecia.
Pequeninos segredos confiou-me um dia. Como surpreendê-los (pai, mãe, mana e André) se tudo soubessem. A quem escrevera o poema “Saudade” e com que objetivo? O que cada um representa para si? O conceito de felicidade que construíra ao logo desses anos?
“Saudade” foi feito, em especial, para homenagear a Mana; a qual seria a primeira a receber quando se tornasse mãe e, depois, todas as primas, em situação semelhante. Pai, Mãe, Mana, André e Felicidade – um só significado: AMOR!
Ao acordar às 6 horas, no dia 25 de setembro, a lembrança de que sonhara com a Cris e de que Ela havia-me dito:
- “Completei a minha travessia. Nós encontramos lá".
Na hora, fiz uma leitura, uma interpretação; seis horas depois, Débora, ao telefonar-me, explicou-me a mensagem.

 
Ilda Maria Costa Brasil
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 10/06/2010
Reeditado em 09/01/2014
Código do texto: T2312545
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