DELÍRIOS AO LUAR...

Não posso entender esse luar derramado, alucinante, atrevido, devassador de tudo e de mim... Estático e esplendoroso, que poder de penetrar sentimentos, despertar emoções latentes que eu gostaria, ficassem para sempre adormecidas... Saudade dolorida que dói na alma, que como ondas na areia, se espraia por todo meu ser, em forma de lágrimas, brotando pelos poros, formando um halo de luzes de mil cores que se vão espalhando, misturando - se ao brilho prateado, absorvendo a energia mágica que cria poesias e se expande como anéis formados por uma pedra jogada num lago parado... Sinto - me etérea, fluida, como se fosse mais que eu, mesma, mas uma parte dessas luzes e cores, rima de uma poesia universal que fala de amor, fluindo harmonicamente, flutuando pelo espaço como mais um corpo celeste, absorvendo os mistérios dos planetas, das galáxias, da minha Via láctea que amo, e nela, escorregar por entre as estrelas, suas nebulosas leitosas e macias e aí, aconchegar - me no silêncio quase palpável, murmurando em sonhos, o nome do homem que eu amo, e que tal como toda essa fantástica magia, vejo aproximar - se de mim, envolto muma auréola dourada, os olhos brilhantes como todas as estrelas juntas, os lábios rosados e as mãos estendidas em minha direção, sussurrando com uma ansiedade velada, na voz que ecoa na minha mente: Eu te amo, amor meu, e vim para ficar eternamente ao teu lado...

Mas ó, lua derramada, que me faz, alucinada, tão somente delirar...