A vida como ela é...

Depois de muita dor e uma noite de cuidados, chegou o amanhecer. Não era um dia ensolarado como os de verão, mas o sol apareceu para presenter a estação do cair das flores.

Para uma jornada nova, pelo segundo dia me arrumei. Hoje até marmita levei. Não estava com muita disposição, a noite foi longa, pois as dores permaneceram, mas o dever me chamava e lá fui eu cumprir minha missão. E que dia! Foram tantas emoções que confesso nem ter lembrado da dor. Só quando parei para almoçar que ela encomodou. Nada que uma dose de atroveram não resolvesse. Até porque, como disse, o dia foi de emoções fortes e logo logo, nem me lembrei mais da dor.

Minha nova jornada é de Agente Comunitário da Saúde da Família, que tem por função previnir doenças e promover a saúde da comunidade, (Trabalho em meu bairro) e levar muita das vezes á uma família afeto, amor, carinho. Pois a ausência destes sentidos, na maioria dos casos é o principal causador das doenças encontradas na sociedade.

Para que entendessemos um pouco mais do nosso trabalho, fomos submetidos a uma terapia comunitária. Me apaixonei! (Quero fazer este curso). E todos aqueles que precisavam por algum motivo desabafar, dividiram suas tristezas e alegrias e compartilharam suas lágrimas sem receio algum. Enquanto uma experiência era relatada, toda a turma se derramava em lágrimas, sendo tomada por uma enorme emoção e compaixão.

Um ponto fundamental e marcante foi a significação e valorização: como o que siginifica pouco ou nada pra mim, tem um valor tão grande e representativo para a vida do outro. Como o que me faz chorar, pode fazer o outro rir e vice e versa.

A vida é assim, não que os valores, neste momento, estejam trocados, mas que de acordo com a vida de cada um, uma conquista, uma pessoa, um objeto e até mesmo o dinheiro tem siginificado tão diferente.

Valores? cada um possuí o seu - depende da criação, da religião, do caráter, das experiências de vida. Mas hoje, no fim de tudo, percebi que estamos todos no mesmo barco. Ali, naquela unidade de atendimento do Programa da Saúde da Família, o nosso objetivo é único: levar cidadania, saúde e alegria as famílias da comunidade. Mas enquanto pessoas queremos crescer, evoluir mesmo que existam pedras e nosso caminho.

Ai, ai...e por falar em pedras e em grandes emoções, neste momento estou no hospital, não a trabalho, é...

Estou a acompanhar minha mãe que está com forte dores no peito, mais uma vez Balbino (o Hospital), ainda não sei ao certo do que se trata, ela já está medicada, graças a Deus, temos plano de saúde e por isso tivemos um bom atendimento. Neste momento aguardo o resultado do exame das enzimas cardíacas, pois no eletrocardiograma acusou um bloqueio....(não sei o nome) e foi preciso verificar a fundo. Como ia demorar um pouco mais, o papai foi pra casa, pois ele trabalha com transporte infantil e precisava estar bem disposto na manhã seguinte. E eu? estou aqui na recepção do hospital, jamais deixarei a mamãe!!!

Tempos depois....

A noite já findou e se iniciou um novo dia, são 1h da manhã, estou esgotada fisicamente, super cansada, precisando de cama, o resultado do exame deu normal, graças a Deus! Mas este exame deve ser realizado em suas etapas, e por isso foi colhido nova amostra e agora se tudo correr bem nós iremos pra casa às 2h deste novo dia.

(Assim espero Senhor! Em nome de Jesus!)

O tempo chegou....

Achei que íamos embora, mas fomos surpreendidas, uma das enzimas sofreu aumento, e tudo que planejávamos, como? jantar, tomar banho, descansar, foi por água a baixo. E o exame seria repetido novamente, para realização de mais um estágio, explicou o médico. E como ainda existia um desconforto no peito, era o mellhor a ser feito. E isso significava aguardar po mais 2h , no mínimo. Ai! nem eu e nem ela estamos aguentando...dai-nos forças Senhor, até porque amanhã é um novo dia de jornada profissional.

...A esperar...

A espera foi mais longa do que imaginávamos, quando aproximou-se das 4h fui verificar se o resultado do exame já estava pronto, quando descobri que nem realizado tinha sido ainda. E aí me aborreci! e perguntei as enfermeiras o porque? e explicaram que existem um intervalo de 4h entre um coleta e outra. Só Jesus! Nesta altura eu já estava entregando os pontos queria que meu irmão viesse me render, mas a mamãe não concordava, pois se sentia bem, pedia pra eu ir pra casa, até porque o trabalho do papai dependia do carro e impossibilitaria a vinda do irmão. Que noite Senhor?...Acho que a mais longa de minha vida...

E de repente...

Enquanto eu esperava e cochilava na recepção, às 4:20h, minha mãe se aproximou acariciou minha cabeça e disse: vamos? Os detalhes?...chega...estou muito cansada, mas o primeiro médico que atendeu a minha mãe, reveu os exames, realizou outro eletro e a liberou, encaminhando-a ao cardiologista e ao gastroenterologista.

Mas a noite proseguia...

E como se não bastasse, sofremos para pegar um taxi, ficamos a merce do tempo, da madrugada e da rua a esperar por um taxi, até que faltando uns 10 minutos para as 5 da manhã conseguimos pegar um e chegamos em casa às 5:20h. Que provação Senhor!

Em casa, lanchamos esperando a água do banho esquentar, meu irmão queimou o chuveiro tentanto consertar e faltando poucos minutos para às 6h deitei e agradeci ao Senhor por este dia, pela noite, pela vida, pela saúde da minha mãe, e mais pedi para que em 1h fosse recuperado minhas forças para a jornada que se iniciaria às 8h e eu teria que estar de pé às 7h.

Portanto mais uma vez, obrigado Senhor...