O que fiz das minhas asas

Minhas asas desdobrei sobre o mar que não tem fim

e um toque milagroso me impeliu a partir,

a subir, a subir e mais subir.

Exultei!

Renasci desatada dos carnais anelos e sai de mim,

as alamedas celestes florescidas singrei

e cantei nos sulcos de Luz.

Vivi!

Minh’alma um pingo com o pingo serenado se casou,

liberta na leveza do perdão amoroso,

sorria às noites claras.

Floresci!

Do perfeito sonho mais profundo e mais radiante

fui ente sonhador e alvo sonhado,

alvas rosas raiando.

Glória!

Na suprema Altura até a dor suplica clemência

e se transfigura n’eterno espelho plácido

das sagradas esperanças.

Êxtase!

Subi dos astros ao clarão radioso do sentimento,

dos leves fluidos do luar nevoento

ao som das harpas risonhas

Transcendi!

Santos-SP-29/08/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 29/08/2006
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