O mal do século é a solidão
Estamos sós
no meia da multidão.
Apenas uma voz
em meio à cacofonia de silêncios e sons.
Somos números,
meras estatísticas
em alguma pesquisa
encomendada por alguém.
E mesmo no interior ou grandes centros urbanos,
estamos sós.
E mesmo nas ruas, escolas e nos lares,
estamos sós.
E mesmo nas festas, bares e cinemas,
estamos sós.
E mesmo nos shoppings e nos supermercados,
estamos sós.
E mesmo estando juntos, isolados, separados ou divididos,
estamos sós.
E mesmo estando conectados, plugados ou adicionados,
estamos sós.
E mesmo sabendo de que estamos sozinhos,
continuamos nos enganando.
Pois agindo dessa maneira, podemos suportar
o peso da solidão.
N.D.A.: Escrevi este texto, depois de ler muitos textos sobre a solidão, e cheguei à uma conclusão: as pessoas estão sós.
Fiquei pensando na hipocrisia que reina solta... as pessoas ficam conectadas 24 horas por dia às vezes, tem centenas de amigos adicionados no MSN, estão em milhares de comunidades e redes sociais, tem outros trocentos amigos (pessoas com quem elas nem trocam uma linha sequer) e mesmo assim, estão sós.
As pessoas não dizem um bom dia ou muito obrigado... não falam nem com os seus parentes e vizinhos... e se dizem conectados com o mundo inteiro.
Enquanto escrevia, me lembrei de um trecho da música do Legião Urbana chamada “Esperando por mim”, que diz assim:
“Digam o que disserem /O mal do século é a solidão /Cada um de nós imerso em sua própria arrogância /Esperando por um pouco de afeição”.
Acho que é bem isso mesmo... o trecho inspirou o título e sintetiza o que eu quero dizer.
Renato Russo, como sempre com letras que falam das coisas que realmente importam.
Denis Correia Ferreira
28/12/2009-19:22