Sol de abril
Gosto e muito do que não
é extremo.
Prefiro sempre ou "quase"
o que é meio termo.
Então gosto mais do outono
com seus tons de cinza
quebrados pelo sol de abril,
como prefiro também a primavera,
que traz em si o esplendor do verão,
mas a beleza ainda é cálida,
de uma timidez tão sedutora.
Mas é agora,
em pleno outono,
que o coração da gente
é adubado nas questões do amor.
Acho que a natureza se cansa
de tantos acontecimentos grandiosos
como chuvas torrenciais
ou espetáculos primaveris,
ou ainda geadas mais hostis,
e pede um tempo para hibernação.
Aí vem o sossego,
a calmaria,
que se inicia assim
com esse solzinho de abril.
E o que dizer dessas manhãs
tão meigas,
da preguiça gostosa
que nos faz ficar na cama
um pouco mais,
que nos impulsiona
ao abraço, ao beijo,
ao aconchego
num doce pretexto
de se aquecer.
Ah, como é bom
resgatar a brandura
desse doce intervalo
que a natureza nos dá,
esse meio tempo entre
o verão e o inverno
que nos lembra um canto
gregoriano
e uma cantiga de ninar,
que nos desperta os sentidos,
principalmente o paladar,
faminto dos mingaus
e seus aromas de cravo
e canela,
dos chás de ervas
coloridos e saborosos,
e tantas outras gostosuras
tão próprias de cada região.
Esse solzinho de abril é danado,
é de uma sedução meio mineira,
chega como quem não quer nada,
sem fazer ruído,
pra depois bem atrevido,
nos deixar a todos
seduzidos.
Ainda bem que o mês de maio
aprendeu com o irmão mais velho
as coisas boas da vida.
Assim temos mais um tempinho
pra exercitar essa calma boa
com que a natureza nos brinda
Gosto e muito do que não
é extremo.
Prefiro sempre ou "quase"
o que é meio termo.
Então gosto mais do outono
com seus tons de cinza
quebrados pelo sol de abril,
como prefiro também a primavera,
que traz em si o esplendor do verão,
mas a beleza ainda é cálida,
de uma timidez tão sedutora.
Mas é agora,
em pleno outono,
que o coração da gente
é adubado nas questões do amor.
Acho que a natureza se cansa
de tantos acontecimentos grandiosos
como chuvas torrenciais
ou espetáculos primaveris,
ou ainda geadas mais hostis,
e pede um tempo para hibernação.
Aí vem o sossego,
a calmaria,
que se inicia assim
com esse solzinho de abril.
E o que dizer dessas manhãs
tão meigas,
da preguiça gostosa
que nos faz ficar na cama
um pouco mais,
que nos impulsiona
ao abraço, ao beijo,
ao aconchego
num doce pretexto
de se aquecer.
Ah, como é bom
resgatar a brandura
desse doce intervalo
que a natureza nos dá,
esse meio tempo entre
o verão e o inverno
que nos lembra um canto
gregoriano
e uma cantiga de ninar,
que nos desperta os sentidos,
principalmente o paladar,
faminto dos mingaus
e seus aromas de cravo
e canela,
dos chás de ervas
coloridos e saborosos,
e tantas outras gostosuras
tão próprias de cada região.
Esse solzinho de abril é danado,
é de uma sedução meio mineira,
chega como quem não quer nada,
sem fazer ruído,
pra depois bem atrevido,
nos deixar a todos
seduzidos.
Ainda bem que o mês de maio
aprendeu com o irmão mais velho
as coisas boas da vida.
Assim temos mais um tempinho
pra exercitar essa calma boa
com que a natureza nos brinda